sábado, setembro 26, 2009

ask the dust.

Água nenhuma passou por debaixo daquela ponte. Ficou tudo preso num tonel, cheio de ferrugem.
Nenhuma pessoa caminha por lá. A ponte existe, só para ela, se completa no fim de si.
Ah, se essa rua fosse minha... não a mandaria brilhar, mas existir, para que a ponte fizesse sentido.
Água nenhuma corre por debaixo dela. Ficou apenas a poeira e o vazio da tua lembrança...
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E quando o fim da tarde chega, vagalumes a iluminar o coração.

sexta-feira, agosto 07, 2009

Dandelions

E então, havia essa casa, no meio de um lago tranquilo de águas douradas. Nela, perdurava um cheiro de infância, um misto de segurança e broa de milho. No canto da sala, uma lareira crepitando, o fogo morno aquecendo do frio lá fora, quando o sol se prepara para descer o planeta, e a sensação que temos é de magia, quando não é noite nem dia e olhamos fundo nos olhos um do outro e sorrimos e dançamos e nos embriagamos de ar e felicidade e...

Havia essa casa, e ela ficava no meio do lago.

"Como chegamos lá?", você me pergunta.

"Como chegamos nela?"


Voa comigo num dente de leão?

sábado, junho 27, 2009

teatralizando o tédio, ato 3, cena 5.

dr jack says:
mas, então...


chuck says:
somos só nós. não restou ninguém.


dr jack says:
onde estão evans, rachel, steve e o gorducho?


chuck says:
mortos. cozidos no vapor da caldeira.


dr jack says:
quer dizer que nós...


dr jack says:
hm...

podemos?


chuck says:
claro que podemos.


chuck says:
vou pegar a mostarda.

sábado, março 28, 2009

.mashup

Sam says:
you have ghosts?

Andrew Largeman says:
´course I have ghosts.

Sam says:
what are your ghosts like?

Andrew Largeman says:
they´re on the inside of the lids of my eyes.

Sam says:
this is also where my ghosts reside.

Andrew Largeman says:
You have ghosts? oO

Sam says:
Of course I have ghosts.

Sam says:
(;

Andrew Largeman says:
but you are a child...

Sam says:
I´m not a child.

Andrew Largeman says:
but you have not known love.

Sam says:
these are my ghosts, the spaces amid love.

quarta-feira, março 04, 2009

buarqueando

Olha...
Será que ela é pura
Será que ela é vida
Será que é mania
Será que é ternura
"e se eu pudesse entrar na sua vida"
O que será, será?

É chico... a gente vai levando.

qualquer bobagem

...queria ter ficado mais tempo.

Mas aí, lembrei que tinha que resolver coisas em casa, o que me fez pensar que sempre criamos desculpas pra segurar a compostura, o que só aumentou a vontade de te pegar, botar no bolso, levar pra casa e te amar até dormir de exaustão, naquele sono louco e tranquilo que só os apaixonados sonham viver.

Ah! Mas tudo que eu fiz foi ouvir, e ouvir mazelas e ter pena de mim, pensar que talvez um sorvete de pistache cure as feridas mais profundas, quando na verdade nem ferido eu estava, seu merda. O que eu penso da vida? Que sou especial? Que mamãe vai chegar e fazer cafuné, dar grana pro meu vício estúpido de se apaixonar? Olha, guri, cafeína é mais divertido. For real.

Cacete, guria, o que você quer de mim? O que você espera? Aliás, por que você espera? Esperar, mensurar, classificar, fica aí, na sua, etiquetando, botando vírgula, malhando o coração do judas nos feriados alheios. Se eu ficasse um pouco mais, talvez fosse pra sempre. Talvez não conseguisse mais te deixar, nem fato, nem feto, nem fito, nem...

ah, deixa pra lá...