sábado, abril 21, 2007

.Poesia

Quase tudo que se sente é imediato.
Nem tudo que queremos é racional.
Quase somos feitos de fatos.
Nem todos somos normais.

segunda-feira, abril 09, 2007

abandono.

Havia algo de estranho no seu olhar. Caminhava devagar, cada passo medido cuidadosamente antes do outro. Quase não se notava a poeira se revoltando contra os pés, ansiosa para voltar a seu estado de repouso. O corredor largo parece não ter fim. Cada passo dolorosamente vago, antes do outro. A dor de viver. Dor de respirar.

Havia algo de estranho no seu falar. A voz que não saía em conjunto com a vontade, que teimava em ribombar e ribombar e ribombar. O sonho ritmado das batidas do coração, cada compasso deslizando poeira antes de assentar. Dor de ritmo. Dor sonora.

Havia algo de estranho, muito estranho, no seu amar. Entrega sem rumo, espera sem fim, dor que aumenta o ritmo dos passos ribombando na poeira levantada enquanto tudo que ele fazia era pra errar, e não mais saber, nunca mais tocar, cheiro, gosto, mágoa, sal dos olhos escorrendo pela face, descendo em gotas sobre a poeira daquele corredor largo, que teima, não quer acabar.

domingo, abril 08, 2007

...linhas pra você (1)

Vontade de escrever coisas bonitas.
Vontade de escrever.
Vontade de dizer coisas bonitas pra você.
Vontade, ah, vontade de dizer coisas que o Tempo não me permitiu dizer.