sábado, dezembro 13, 2008

análogos, mas prefiro anáguas.

Começa com uma fascinação, quase hipnótica. De repente, a noite mais fria e escura se acaba, e o calor preenche nossos corpos, o coração se acalma, e tudo é lindo de se ver, de sentir. Dá pra notar a sabedoria oculta por trás da beleza, tão velha quanto o mundo.

Era algo quente, do tipo que chega de repente, penetra nos poros, deixa a gente sem ar.
Quase vivo, marca de tal forma que o cheiro impregna, a garganta seca, os olhos se enchem de lágrimas.

Ardor.

Que nos turva a visão, que nos impede de apreciar a beleza, que sufoca. Chega a ser tão forte, que nos dá febre, náusea, vertigem. Não obstante, é leve, serena, bonita, até.

Mas consome, varre tudo que toca, despedaça, tira a cor, a vida, reduz tudo à cinzas, e tudo volta a ser frio, escuro e desolador.


Até que a chama se acenda novamente, pra iluminar o caminho.



Impressionante, o que um pouco de fogo e fumaça podem fazer com a alma.