domingo, dezembro 03, 2006

três pontinhos.

Da janela do seu quarto dá pra ver o porto. O cheiro da maresia é inebriante, quase insone. O reflexo das luzes na água hipnotiza, consome várias tragadas. Da janela do seu quarto ele cria pensamentos, quase como uma canção de ninar. É madrugada, e o barulho que se ouve é o das máquinas , levando e trazendo cargas. O cheiro do suor dos estivadores é quase coisa do passado saudoso que ele nunca viveu. Da janela do seu quarto dá pra ver vários mundos. Dá pra ver o trem passando, os remadores. Gente pescando, casais brigando, taxi deixando e levando. Ali, naquele pequeno retângulo recortado na paisagem, alguém existe. Um choro baixinho.